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“O tema está em evidência em todos os estados brasileiros pelo mesmo motivo: o aumento do número de casos de estupro. O enfrentamento a essa cultura que coloca a mulher na condição de objeto sexual e de vítima precisa ser fortalecido. O evento representa o início de uma campanha de esclarecimento”, explica a advogada Lia Barroso, presidente da Comissão de Proteção aos Direitos da Mulher, da Ordem dos Advogados do Brasil (OAB), seção Bahia, organizadora do evento.
O Governo do Estado, por meio da Secretaria de Política para as Mulheres (SPM-BA), tem reforçado o combate ao problema por meio de uma rede de enfrentamento à violência contra a mulher, que envolve o suporte de delegacias especializadas, poder judiciário, centro de atendimento psicossocial, entre outras instituições públicas.
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Conforme dados do Sistema Único de Saúde (SUS), a cada quatro minutos, uma mulher dá entrada na rede SUS vítima de violência sexual ou física. Do total, mais de 50% são mulheres negras. De acordo com a presidente nacional da União de Negros pela Igualdade (Unegro), Ângela Guimarães, em 2015, o Brasil registrou 520 mil casos de estupro, mas apenas 10% foram denunciados oficialmente.
Para Ângela, a sociedade é flexível em relação à violência sexual a depender do perfil da vítima. “Existe uma conivência da sociedade como um todo entorno da cultura do estupro. Quando a gente trata das mulheres da periferia isso se agrava. As meninas da periferia quanto mais novas, que se vestem com roupas curtas e frequentam baile funk ou pagode, por exemplo, são corpos que estão ‘autorizados’ a serem violados por muita gente. Isso precisa mudar urgentemente”.
Repórter: Leonardo Martins
Fotos - Carla Ornelas
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