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Robô Da Vinci |
Segundo o urologista Nilo Jorge Leão, especialista em cirurgia robótica, qualquer paciente com câncer de próstata que tenha a indicação cirúrgica pode realizar o procedimento. Nesta modalidade cirúrgica, ele opera através de um console, uma espécie de joystick, com uma série de recursos que incluem a visualização em três dimensões e a ampliação da imagem do campo cirúrgico em alta definição, o que permite a visualização de microestruturas e a filtragem de tremores das mãos, fundamental para procedimentos de longa duração, mais cansativos.
“Há exatos dez anos, passei um período no Jackson Memorial Hospital, na Universidade de Miami (EUA), onde assisti pela primeira vez uma cirurgia robótica e fiquei impressionado. Naquela ocasião, elegi como uma das minhas prioridades assimilar aquela tecnologia. Posteriormente, aprendi muito sobre ela no Hospital AC Camargo, em São Paulo, um dos pioneiros na América Latina na implantação e consolidação desta moderna técnica no tratamento do câncer. Desde então, faço viagens periódicas a São Paulo para tratar os pacientes de Salvador que podem viajar para realizar o procedimento, uma vez que até então não tínhamos o robô em nossa cidade. Ter esta tecnologia à disposição é um motivo de satisfação para os médicos do nosso estado, especialmente aqueles comprometidos com a urologia moderna”, contou Nilo Jorge, que integra um grupo de profissionais credenciados pelo fabricante do robô Da Vinci para operá-lo. “Esperamos que, em breve, outras unidades do robô sejam implantadas em outros bons hospitais que dispomos na Bahia”, frisou o médico.
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Dr. Nilo Jorge Leão |
“Meu médico, o uro-oncologista Nilo Jorge Leão, me disse que eu poderia passar por uma cirurgia aberta convencional (a única coberta pelo meu plano de saúde) ou por uma cirurgia videolaparoscópica ou, ainda, pela cirurgia robótica. Como a plataforma robótica ainda não está disponível em Salvador, se eu optasse por este tratamento, só poderia me operar em São Paulo. Mesmo assim, não tive dúvida: fiz um sacrifício financeiro e optei pela cirurgia robótica. Não me arrependo, pois minha recuperação foi bem rápida”, contou Moisés Catarino.
O paciente recebeu o diagnóstico em agosto do ano passado e em outubro foi submetido à cirurgia. “A recuperação foi muito tranquila. Tirei o dreno lá em São Paulo mesmo. Fiquei com a sonda apenas oito dias e após duas semanas já estava liberado para retornar ao trabalho. Fiz exame de PSA após a cirurgia e o resultado foi melhor do que o esperado. A cada seis meses, preciso repetir o exame, mas estou feliz porque até aqui deu tudo certo e com fé em Deus vou continuar bem”, declarou. Moisés Catarino não tem histórico familiar de câncer de próstata, mas o fato de ser negro aumenta sua predisposição para a doença, conforme estudos científicos confirmados.
Câncer de próstata - Os fatores de risco para o câncer de próstata incluem o avanço da idade; o histórico familiar em primeiro grau (pai, irmãos ou filhos), a cor de pele/etnia (mais prevalente em negros), os padrões dietéticos, o sedentarismo e a obesidade. A recomendação atual da Sociedade Brasileira de Urologia (SBU) é que todos os homens procurem um urologista pra exame físico e de PSA anualmente a partir dos 50 anos ou 45 anos se forem negros ou com histórico familiar da doença.
Por Carla Santana
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