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Secretário de Agricultura do Estado visita cadeia produtiva do Tabaco em São Gonçalo

O tabaco da Bahia está entre os mais premiados do mundo. Mesmo que o charuto seja de outra região, possui o componente baiano, a exemplo da capa e/ou o enchimento.


Cadeia produtiva potencial, que gera milhares de empregos no Recôncavo baiano e impulsiona o desenvolvimento socioeconômico regional. A produção de tabaco na região, destinada à produção de charutos, entre o cultivo e o beneficiamento do produto, tem sua mão-de-obra composta de cerca de 80% por mulheres, grande parte delas na faixa etária acima dos 50 anos. O tabaco da Bahia é único no mundo, e o Recôncavo oferece condições de clima e solo diferenciados para o cultivo do produto, envolvendo cerca de 23 municípios da região na produção. Diante deste cenário promissor, e visando potencializar esta cadeia, o secretário da Agricultura, Vitor Bonfim, e o senador Roberto Muniz, realizaram roteiro de visitas às fazendas e fábricas de charuto, nos municípios de São Gonçalo dos Campos, São Félix e Cachoeira, nesta sexta-feira (11).

O roteiro de visitas está caminhando para ser oficializado como rota turística da Bahia “Tesouros do Recôncavo”, demonstrando toda a riqueza cultural da região, a exemplo do samba de roda, o candomblé, a capoeira, e a tradicional produção de charutos, desde o cultivo do tabaco nas fazendas, até o beneficiamento artesanal, em todas as suas etapas. Durante a visita, também foram discutidos com o secretário e o senador, os entraves encontrados para exportar o charuto da Bahia, diante da concorrência desleal com os produtos importados, a exemplo dos originários de Cuba, em relação aos preços, já que os impostos pagos para exportação no Brasil encarecem o produto final.

“Estão representados nas visitas os governos Estadual e Federal, e isso é muito importante para que as demandas do setor possam caminhar de forma mais célere, sobretudo na separação e no tratamento diferenciado que precisa receber em relação ao cigarro. Além de ser um motor da economia na região, representativo na geração de emprego e renda, se constitui também como mais uma opção para atrair visitantes para a Bahia, que além das belezas litorâneas em outras regiões, possui suas riquezas culturais e a beleza do Recôncavo. O passeio pelas fazendas e fábricas de tabaco preenchem um dia, e ver de perto todo o processo minucioso e peculiar de beneficiamento é encantador”, ponderou o secretário Vitor Bonfim.

As visitas foram iniciadas na Menendez Amarino, fábrica de charutos instalada em São Gonçalo dos Campos. A unidade possui cerca de 71 funcionários atuando na fabricação artesanal, e produz mais de 3.000 charutos por dia. Os proprietários cubanos Joaquim Menendez, Arturo Toraño e Félix Menendez, vieram se instalar no Brasil, atraídos pela qualidade do tabaco. Rute Silva (61), que há mais de 40 anos se dedica à fabricação dos charutos na Menendez, revelou que “tudo o que tenho hoje agradeço ao charuto. Com metade de uma vida dedicada ao tabaco, criei os meus filhos com o dinheiro que ganho aqui”. A agilidade e coordenação com as mãos na fabricação dos charutos artesanais, a atenção e concentração, são características que justificam a predominância feminina na atividade.

O senador Roberto Muniz revelou que acompanha o setor há algum tempo. “Quando secretário da Agricultura tive a oportunidade de criar a Câmara Setorial do Tabaco, com o setor produtivo. Durante a visita à região é importante identificarmos os obstáculos legais existentes para tentarmos através do legislativo, fazer encaminhamentos junto aos governos Federal e Estadual. O tabaco deve ser enxergado como parte do processo cultural do Recôncavo. A cadeia possui grande potencial, e o cigarro e o charuto são produtos bem distintos. O tabaco destinado à produção de charuto requer grande quantidade de mão-de-obra, é gerador de emprego na região, desde a base, na plantação, até passar por todo o processo de beneficiamento, diferente da produção do cigarro, altamente industrial e produzido em larga escala”, disse.
As visitas seguiram para a empresa de origem suíça Dannemam, instalada no município de São Félix, e guiados pelo engenheiro agrônomo Carlos Daniel Schmidt, pode-se observar todo o processo de fabricação, desde o plantio na fazenda que possui 800 hectares e cerca de 280 ha irrigados, cultivados com o tabaco, até o processo de preparação da folha, fermentação, e a transformação em charuto, até a embalagem do produto. A fazenda produz uma safra irrigada por ano, e possui 900 trabalhadores no campo e 100 atuando no beneficiamento, compondo-se 70% por mulheres. A visita se estendeu ao Centro Dannemam, instituto da empresa localizado no centro de São Félix, em prédio colonial do século XIX. Na parte da frente do prédio são realizados eventos culturais, e de educação e lazer para as crianças da cidade. Na parte de trás, são produzidos charutos à mão, pelas charuteiras, e está aberto para que os visitantes conheçam todas as fases de fabricação.

No município de Cachoeira, as visitas, que foram acompanhadas pela presidente do SINDITABACO, Ana Cláudia Mercês, o diretor Marcos Souza, é o técnico da Diretoria de Qualificação e Segmentos Turísticos dá Secretaria de Turismo do Estado (SETUR), Bruno Leão, representando o secretário José Alves, foram finalizadas na fábrica de charutos Leite Alves, de propriedade de Renato Madeiro.

Identificação de Origem

Em dezembro do ano passado, o segmento deu um passo crucial para a conquista do Registro de Identificação (IG) de Denominação de Origem (DO), com a assinatura do Termo de Delimitação Geográfica Brasil-Bahia, pelo secretário Vitor Bonfim, reconhecendo o Recôncavo como local com características exclusivas para produção de tabaco destinado à fabricação de charutos de qualidade, sabor, aroma e coloração diferenciados. O IG é como um selo de certificação que protege a originalidade de um produto de determinada localidade com características de solo, clima, culturais e históricas diferenciadas, o tornando um produto.

São Gonçalo Agora
Por Viviane Cruz/Ascom Seagri

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