Ao chegar à Câmara nesta terça, o deputado saiu em defesa das mudanças nas regras previdenciárias sugeridas pelo governo Michel Temer em conversa com jornalistas. Na entrevista, o parlamentar do DEM afirmou que os ajustes são necessários e usou como exemplo o caso de Portugal que, recentemente, teve de implementar medidas de austeridade para reequilibrar as contas públicas.
Em 2010, o país europeu colocou em prática – durante o governo do socialista José Sócrates – um duro plano anticrise, que incluiu redução de gastos, corte de salários de servidores públicos e aumento de impostos.
“Se a reforma previdenciária não for feita, nós vamos ter que fazer o que Portugal fez. Isso aqui não é contra ninguém, o que o governo está fazendo é a favor do Brasil. Portugal, quando o partido conservador assumiu o governo com o estado português falido, tomou duas decisões com relação à previdência. Na pública, cortou salários e aposentadorias dos servidores. No sistema privado, aumentou impostos", disse Maia aos repórteres.
"Temos um caminho que é reformar agora sem cortar o salário e a aposentadoria de ninguém”, complementou.
Bode na sala
No Congresso, parlamentares têm dito que o governo federal colocou “bodes na sala” no projeto da Previdência. Ou seja, parte dos congressistas avalia que o Palácio do Planalto enviou pontos da matéria com teor mais rigoroso do que o necessário para ter margem para flexibilizar algumas propostas durante a tramitação do projeto no parlamento. Rodrigo Maia, entretanto, diz que discorda dessa interpretação dos colegas.
“Não há bode na reforma da Previdência. O que há na Previdência brasileira é um déficit de R$ 150 bilhões do regime geral e R$ 70 bilhões no regime público”, enfatizou.
“Não vejo, por parte do governo, radicalização em ponto nenhum. Se mudar a [regra de] transição e fizer uma escadinha, quem vai pagar a conta? É o aposentado? Ou é o jovem, aumentando a taxação da Previdência? Alguém vai pagar essa conta”, acrescentou Maia.
Para o presidente da Câmara, o Brasil só tem dois caminhos: ou não faz a reforma e vê uma deterioração dos indicadores da economia, ou faz a reforma agora “sem cortar o salário e a aposentadoria de ninguém”.
Por Bernardo Caram, G1, Brasília
0 Comentários:
Postar um comentário