Ao depor na ação que pede a cassação da chapa Dilma-Temer, o marqueteiro disse que os acordos da base aliada eram pagamentos para as campanhas de partidos e que todas as campanhas negociam tempo de TV de "uma maneira muito pragmática".
"Seja por promessas futuras e seja por compromissos financeiros".
Santana relata, segundo documento obtido pela GloboNews, uma reunião no Palácio da Alvorada, com Lula e outras seis, sete pessoas quando foi discutido tempo de TV para a campanha de Dilma de 2010. Era um jantar onde estava Lula e a cúpula da campanha de Dilma em 2010. Lula, segundo Santana, estava "extremamente exasperado" com o PMDB e ameaçando quase não fechar o acordo com o PMDB e Michel Temer para vice.
"Eles diziam que eles estavam querendo demais. O querer demais não me falou o que era, falou para as pessoas, mas disse: não, a garganta é enorme, o PMDB está demais e isso provocou um próprio temor na candidata Dilma e também eles sabiam que ia se perder ali alguns minutos preciosos".
Ao explicar o que seria o leilão, Santana disse:
"Quando falo leilão é financeiro, só que como a moeda na política não é só financeira, essa é mais problemática, mas também são os cargos, é um conjunto de interesses, que é normal e que acontece em vários países, em vários lugares."
O marqueteiro foi questionado sobre se tinha ciência de pagamentos a partidos na coligação de 2014. Ele disse que soube depois, inclusive com depoimentos da Lava Jato e que sabia que existia, mas que não participou das discussões sobre o assunto.
Por Andréia Sadi/G1